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Se você tem uma vida financeira estável hoje, é bem provável que você tenha muito a agradecer aos seus pais. Eles proveram tudo para que você pudesse estudar, conseguir um bom emprego e manter suas contas em dia sem ajuda externa. Porém, pode ser que chegue a hora de ajudar os pais financeiramente, seja pontualmente ou um por um período maior de tempo.
Geralmente, é possível perceber que algo está errado se algum dos pais vem com a pergunta: “Você pode me emprestar um dinheiro?”.
Dependendo do seu contexto, há várias coisas que você pode fazer para contribuir com as finanças da família sem afetar o crescimento do seu patrimônio, mesmo que você já tenha sua própria família.
Esse é um assunto recorrente em minhas consultorias, principalmente com jovens casais. Parece que é normal os filhos ajudarem os pais, mas o que muitos não sabem é o quanto é desgastante para a relação de ambos os lados.
Sobra ressentimento e uma sensação estranha. Para os pais “eu criei meu filho e estou o punindo por não ter me organizado”, para os filhos “eu poderia fazer muito mais coisas se não tivesse que ajudar meus pais”.
Para mais orientações, confira aqui 6 formas de ajudar os pais financeiramente nesses momentos (e uma DICA BÔNUS):
1) Faça um Inventário Financeiro da Família
Um inventário, como você já deve saber, é quando uma pessoa confere todos os bens acumulados durante sua vida. É mais comum ouvir essa palavra se referindo a conferência de bens quando uma pessoa vem a falecer. Mas, é muito importante fazer um inventário financeiro, ou seja, o conjunto de fontes de renda e patrimônio da pessoa, antes que ela venha a falecer.
Reúna-se com a família e veja quais são todos os bens e o que pode ser colocado para gerar dinheiro. Vi muitos pais que tinham uma casa de temporada sem uso frequente que poderia gerar um aluguel e ajudar nas despesas
Se seus pais possuem uma casa própria, por exemplo, ela pode ser vendida e convertida em dinheiro ou alugada para gerar uma nova fonte de renda.
Além do patrimônio e fontes de renda, também é preciso saber se existem dívidas que devem ser sanadas. É preciso fazer um verdadeiro check up financeiro para arrumar a casa antes de simplesmente transferir o dinheiro pedido.
Geralmente, é um assunto delicado, pois muitos pais estão apegados aquela casa na praia que pode ser depredada em caso de aluguel por temporada por exemplo. Façam um plano para arrumar as finanças e juntar um dinheiro para uma bela reforma no futuro.
Encontrar a motivação é o ideal.
2) Formação de um Fundo de Reserva
Inclua no planejamento financeiro um investimento para que, futuramente, você e seus pais tenham um fundo de reserva para esse fim.
E isso não apenas para emergências, mas, principalmente, para quando precisarem de ajuda médica durante a velhice. Nesse ponto, pode valer a pena investir em um seguro ou plano de saúde para cobrir as despesas futuras.
Na maioria dos casos é possível saber com bastante antecedência se os pais são potenciais futuros dependentes econômicos:
- não têm reservas financeiras;
- não casa própria;
- não contribuem para um plano de previdência pública ou privada;
- tem dívidas no momento;
- não tem perspectivas de saírem das dívidas;
- vivem pedindo dinheiro emprestado;
Sabendo desse risco, é possível se programar. Formar uma reserva em sua conta bancária tem diversos benefícios.
3) Divida as Responsabilidades
Pode ser que seus pais já estão na terceira idade e algum deles perdeu o emprego recentemente. Isso pode fazer com que tenham mais dificuldade para lidar com boa parte de suas responsabilidades financeiras. Nesse ponto, o melhor a fazer é dividir os compromissos entre os demais membros da família a fim de minimizar o impacto para cada um.
Claro que o tamanho das responsabilidades pode variar. Filhos que ainda moram com os pais e não têm uma fonte de renda estável podem não conseguir contribuir com a maior parte das contas sem ajuda. Tudo deve ser adaptado para o contexto.
Acima de tudo, o importante é que esse assunto seja conversado entre todos os membros da família para que não haja problemas no futuro.
Redução de despesas
Cortar gastos será fundamental para manter as despesas equilibradas enquanto você tenta ajudar os pais financeiramente, especialmente se o caso atual for a perda de uma fonte de renda.
4) Alinhe a Situação Com o Cônjuge
Mesmo que ainda haja a perspectiva de manter todas as despesas em dia, é importante que você e seu cônjuge eliminem as menos importantes, pelo menos até que o cenário esteja mais estável. Usem os conceitos usados neste curso para se adequar ao novo momento.
E a falta de planejamento pode ser um processo doloroso, caso venha associado a uma redução do estilo de vida. Por isso, é importante que tudo seja alinhado e conversado em casal.
Muitas vezes, vi esposas e maridos com um sentimento ruim porque o outro precisa ajudar os pais financeiramente. Isso também é motivo para causar conflitos no casamento.
O que eu oriento nesses casos é toda ou uma parte dessa ajuda saia do gasto livre individual, dessa forma o outro não se sente prejudicado ou com raiva dos sogros por essa questão financeira.
5) Tenha Um, ou Melhor, Vários Limites
O dinheiro é uma fonte limitada de recursos, e podemos ter um sentimento de retribuição maior do que nosso bolso pode aguentar. Por isso, proponha junto com sua família um limite mensal ou semanal para essa ajuda.
Acima de um valor pré-determinado e acordado com eles, pode ser difícil mas a melhor coisa é falar “não”. É uma ótima forma de educar os pais e você nas tentações de cobrir os buracos e uma ótima maneira de as suas finanças saírem do controle.
Entretanto, além do limite monetário, também é preciso conversar sobre quanto tempo essa ajuda se dará. Se eles tiverem condições de gerar renda no futuro, é preciso incentivá-los a continuar procurando seja em um emprego formal ou um projeto empreendedor uma nova fonte de renda para os anos futuros.
Muitas vezes é difícil dizer não, e na minha experiência 100% dos meus clientes que conseguiram ter um limite de gasto ou tempo disseram que essa foi a melhor sacada para a ajuda aos pais.
Ela tem várias benefícios:
- Com um limite de valor fixo mensal tanto os filhos que ajudam quanto os pais que recebem conseguem se planejar para um orçamento limitado;
- E quando há um limite de tempo, os dois também conseguem se planejar para esse período finito. Nos dois casos, todos ganham com um bom planejamento.
6) Não Tente Mudar ou Controlar Seus Pais
Essa é uma dica bastante importante e não financeira. Afina, a ajuda aos pais não precisa ser só financeira.
Se você ajuda com dinheiro, isso não lhe dá o poder de controlar onde eles gastam o dinheiro. É um equívoco pensar o contrário.
Algo que pode fazer para prevenir algum descontrole pagando diretamente o plano de saúde, o condomínio ou outro gasto para que nada de pior aconteça.
Mas saiba que eles ainda devem manter a individualidade e a responsabilidade de gastar o dinheiro é deles.
Ao invés disso, e caso haja abertura pode ser o momento de contratar um profissional capaz de rever esses gastos de seus pais. Alguns clientes da Finanças Para Dois foram contratados como forma de presente dos filhos para ajudar os pais a sair de uma situação de descontrole.
Tudo que aprendemos no curso também pode ser aplicado por eles. Por que não presentear comprando um ingresso para o curso para eles também?
(DICA BÔNUS) Conecte-se e Converse Com Eles ou Com Um Deles
É muito fácil perder a conexão quando temos uma relação de dependência financeira não natural.
Na maioria dos casos, mais dinheiro não resolve a vida financeira. É preciso entender o que está acontecendo e qual o motivo do vazamento. Muitos pais, no intuito de proteger os filhos acabam não compartilhando essas dificuldades.
Dessa forma, minha sugestão é se antecipar. Assim que chegar um pedido de dinheiro, ou antes se já desconfiar de algo, sempre perguntar o que está acontecendo.
E como fazer isso? Simples, chame para um jantar ou almoço, enquanto preparam a refeição comece com a pergunta “como vão as coisas?” e simplesmente só faça perguntas, entenda e conecte-se na situação deles, demonstre empatia e curiosidade.
Pode ser que só com isso já seja suficiente para melhorar a situação. Ou pode ser que com essa conversa você já consiga colocar algumas coisas em prática e depois ajudá-los.
O Que Fazer Agora?
Identifiquem na família de vocês o comportamento dos pais, eles podem vir a ser dependentes econômicos de vocês no curto ou longo prazo?
O que podem fazer hoje para prevenir essa situação?
Já ajuda os pais? Analise sua situação e coloque um limite de tempo e valor para que todos possam se planejar melhor.
Agora que você sabe como ajudar os pais financeiramente é hora de rever sua situação. Pense como você pode melhorar.