Saída de Dívidas

Reserva de Emergência: 2 Estratégias Simples Para Lidar Com Imprevistos

Imprevistos acontecem: vamos nos planejar!

Um dia chuvoso que não esperamos. Para isso, é preciso a criação de uma reserva.

Estimulado por algumas perguntas e dores que recebo frequentemente em minhas conversas e minhas consultorias, desenvolvi 2 estratégias simples para se organizar financeiramente para imprevistos. Nesses casos, as pessoas chegam com as demandas “não consigo poupar”, “todo dia 20 é o dia que acontece alguma coisa e acaba meu dinheiro”, “ainda não paguei meu IPVA”, entre outras coisas.

E, às vezes, são coisas boas e gratificantes. Por exemplo, respondam a seguinte pergunta: “se vocês fossem chamados para serem padrinhos de casamento do seu melhor amigo, que presente gostariam de dar? que presente realmente vão comprar? Acredito que para muita gente a resposta seria diferente, gerando uma frustração e uma sensação de que é incapaz de realizar objetivos.

E isso tem tudo a ver com a necessidade de se planejar, que eu vou explicar nesse texto.

Na maioria das vezes, as pessoas sabem que devem ter uma reserva tanto para imprevistos, emergências e oportunidades. Mas entre saber e fazer pode haver uma diferença importante. Acredito que muitas vezes, vejo que o simples fato da pessoa nunca ter tido dinheiro guardado para emergências já é uma dificuldade encontrada para buscar a motivação necessária para criar essa reserva.

E além disso, porque essa pessoa não tem o hábito de ter dinheiro guardado ela fica paralisada e não sabe por onde começar. E mesmo que você já tenha o hábito de guardar dinheiro, também é preciso saber se esse montante é suficiente para arcar com qualquer imprevisto que acontecer.

Então, vamos lá?! Fique comigo e leia o texto até o final para saber quais são as duas formas de guardar dinheiro para uma emergência.

E depois deixe um comentário contando sua opinião ou dificuldade (eu leio todos os comentários).

Como acontecem os imprevistos?

Imprevistos sempre acontecem não é mesmo? E se não tivermos um bom porto seguro, podem causar um belo estrago em nosso orçamento que pode perdurar por anos, às vezes pode ser uma pequena reforma na casa, uma multa de trânsito, o esquecimento de uma conta que chega pelo correio, como o IPTU e o IPVA ou algo mais grave como uma demissão ou a perda de um contrato importante na empresa.

E nem todos os imprevistos são ruins, já vi pessoas que se desorganizaram simplesmente porque na escola do filho houve 8 aniversários durante um mês e comprar presente para as crianças acaba sendo uma prova social muito grande. Em outros momentos, é um casamento ou uma viagem que fugiu um pouco dos planos e criou um buraco no orçamento.

Imprevistos e emergências existem, as boas e as ruins. Nem tudo está perdido.

E como se programar para algo que não estamos esperando? Para isso, vou separar o problema em dois: os Imprevistos Programáveis, que requerem uma Estratégia Proativa de resolução e as Emergências Inesperadas que vamos atacar com uma Estratégia Defensiva.

Veja abaixo como funciona cada uma delas.

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”, Confúcio

 

Imprevistos Programáveis ➡ Estratégia Proativa

Casal se planejando financeiramente para o futuro. Adotar uma forma proativa é sentar e conversar juntos sobre o futuro.

Imprevistos programáveis são as contas recorrentes esperadas para um determinado mês do ano ou compras futuras que podem ser agendadas para os próximos períodos do ano. Por exemplo, renovação do seguro do carro, IPTU, IPVA, matrícula da escola/faculdade, entre outros.

Também entram nessa conta os presentes e gratificações que damos em épocas específicas, como aniversários, Natal, Dia das Crianças, Dia dos Pais e Dia das Mães, etc. Em um casal ainda temos Dia dos Namorados, Aniversário de Casamento e outras comemorações relevantes.

Já pararam para pensar que uma família de 4 pessoas (pai, mãe, 2 filhos) pode chegar a 10 datas comemorativas no período de 1 ano?

Para colocar em prática a Estratégia Proativa

Para Imprevistos Programáveis o primeiro passo a se fazer é juntar a família escrever em uma folha de papel mês a mês qual será a programação para os próximos 12 meses. Não se preocupe em colocar os valores exatos neste momento, mas uma estimativa de quanto custaria cada uma dessas programações, eventos e obrigações.

Depois disso, você deve adequar o seu orçamento e suas contas da casa com uma visão futura de quanto você vai ganhar e gastar nos próximos 12 meses. Veja como funciona, em janeiro, você sabe que chegará IPTU e IPVA, insira no orçamento. Em dezembro, receberá seu 13°? Insira no orçamento. Em Agosto tem Dia dos Pais. Em Maio, aniversário do Pedrinho. Em Julho, vão viajar e passar 5 dias em um hotel fazenda. Tudo isso vai nessa folha de papel.

Depois, vamos começar a colocar as compras parceladas. Supondo que você fez uma compra de roupas no valor de R$ 900,00 parcelada em 3x. Nos próximos 3 meses, você já sabe que terá um valor R$ 300,00 retirado de sua conta, coloque nessa folha de previsão.

Vá fazendo isso com cada uma das contas que forem aparecendo!

Nessa estratégia Proativa, você terá um panorama futuro com todas as entradas e saídas e poderá se programar reservando um dinheiro para essas obrigações, ficando em paz com seu orçamento e sem preocupações futuras.

“É sempre prudente olhar em frente, mas é difícil olhar para mais longe do que pode ver-se.”, Winston Churchill

 

Imprevistos Inesperados Estratégia Defensiva

Com o tempo a reserva deve ir crescendo. Um passo de cada vez.

E para aqueles imprevistos que não conseguimos prever, como uma redução de renda, demissão do emprego, queda no faturamento da sua empresa ou um acidente que a impossibilite de fazer dinheiro por um longo período?

Para esses casos usamos uma Estratégia Defensiva, que você pode atacar de duas formas: uma Reserva de Emergência e a contratação de um bom seguro de vida (morte ou invalidez).

Ter uma boa Reserva de Emergência é guardar, pelo menos, 6 meses de seus ganhos mensais. Digo, pelo menos, pois se você é um profissional liberal ou um empreendedor e não tem uma entrada fixa todo mês esse valor deve ser um pouco maior, como 12 meses de seus ganhos médios mensais, mas se por acaso você é um funcionário público, esse valor pode ser um pouco menor, entre 3 e 6 meses.

Se vocês têm dívidas, sugiro manter uma reserva no valor de 50% a 100% da sua renda mensal. Por exemplo, um casal que ganha R$10.000,00, deveria ter uma reserva entre R$5.000,00 e R$10.000,00. Dessa forma, qualquer dinheiro novo seria integralmente alocado para o pagamento das dívidas e a família estaria coberta de 80% dos imprevistos e emergências.

Mas não se desespere! Para muita gente pode parecer muito dinheiro nesse momento e pode paralisar essa construção de patrimônio, pois se fizer os cálculos muita gente pode demorar anos para construir esse montante, e não é isso que nós queremos.

Para colocar em prática a Estratégia Defensiva

Se você não tem o hábito de poupar, sugiro que foque em sua primeira reserva de R$1.000,00. Sim, isso mesmo. Muita gente consegue construir essa reserva em menos de 1 mês somente com a venda de coisas acumuladas que não usam em casa.

Para esse começo, vale tudo. Vender roupas em bom estado, máquina de lavar louça que não utiliza, já vi gente vender até a televisão do quarto e trocar de carro para compor essa reserva. Depois, será preciso pensar em outras formas de fazer dinheiro, mas a motivação de ver o seu dinheiro rendendo já será um importante combustível para continuar.

O importante da Reserva de Segurança é que seja um dinheiro de fácil acesso, mas que só deve ser usado, como o nome bem diz, em emergências! Por isso, se você tiver que fazer uma retirada, nos próximos meses, faça um plano para aplicar o valor retirado e a reserva volte ao patamar inicial.

E se você já guarda um dinheiro todo mês, é importante colocar essa reserva em uma aplicação que possa virar dinheiro rapidamente e uma rentabilidade razoável. Para isso, existem produtos como CDB com liquidez diária, Tesouro SELIC ou um Fundo DI com taxa de administração menor que 0,5%a.a. Até a poupança vale para caso hoje não tenha acesso fácil à esses produtos.

A recomendação é sempre se informar com o seu consultor de investimentos na escolha dos produtos financeiros.

Para colocar em prática a Estratégia Defensiva

Por fim, caso o imprevisto seja mais grave, que a impossibilite de trabalhar por um período maior ou em caso de doença, um bom seguro pode ser contratado para cobrir qualquer despesa que você ou sua família possam precisar.

No caso de você ter dependentes econômicos essa pode ser a salvação para um período mais turbulento em sua vida.

“A sorte combate sempre ao lado do prudente.”, Eurípedes

Conclusão

Beneficie-se tanto da estratégia proativa como da defensiva e planeje-se para os imprevistos! Isso deve ser feito em qualquer cenário.

E você? Consegue se programar para imprevistos? Qual estratégia você já utiliza? Conte nos comentários sua experiência.

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